Sobre a PTT

A PTT é uma microangiopatia trombótica ultra-rara que implica risco de vida, e que se manifesta por oclusões microvasculares com consequente trombocitopenia, anemia hemolítica e isquemia de órgãos. A incidência anual reportada é de 4 a 5 casos por milhão nos EUA. A PTT afeta principalmente adultos jovens e saudáveis com idade média de 40 anos.1,2

Dentro da categoria de microangiopatias trombóticas, uma grande percentagem corresponde a PTT adquirida.

A PTT é causada por uma diminuição significativa da atividade da ADAMTS13, que corresponde à protease de clivagem do fator de von Willebrand. A diminuição da atividade da ADAMTS13 leva a uma acumulação de multímeros de fator de von Willebrand de alto peso molecular (ULvWF) que se ligam às plaquetas e induzem agregação.

O consumo de plaquetas na formação dos microtrombos causa trombocitopenia grave, isquemia tecidual e disfunção orgânica, que geralmente envolve o cérebro, coração e rins, e pode resultar em eventos tromboembólicos agudos, como acidente vascular cerebral, enfarte do miocárdio, trombose venosa, e morte precoce.

[ADAMTS13] é libertada de forma constante e é responsável por manter a hemostase com o FvW, garantindo que os seus níveis não ficam demasiado elevados.

Os danos nos tecidos e órgãos resultantes da isquemia levam ao aumento dos níveis de lactato desidrogenase (LDH), troponinas (coração) e creatinina (rim). A PTT adquirida, causada pela presença de autoanticorpos que inibem a atividade da ADAMTS13, é a forma mais comum da doença. A PTT congénita, causada por mutações no gene da ADAMTS13, é muito rara. Foi reportado que os episódios agudos de PTTa estão associados a uma mortalidade de 20%.3,4 A maioria das mortes ocorre no período de 30 dias após o diagnóstico,5-7 e o tempo médio desde o diagnóstico até a morte na fase aguda da PTT é de 9 dias em doentes tratados com PEX.7

O fator Von Willebrand é a maior proteína do corpo, ou uma das maiores…

A refratariedade ao tratamento (definida como a ausência de melhoria da trombocitopenia após 4-7 dias de tratamento padrão e persistência de níveis elevados de LDH, ou ausência de duplicação da contagem de plaquetas após 4 dias de terapeutica padrão juntamente com níveis elevados de LDH) foi identificada como um indicador de mau prognóstico para a sobrevivência. A incidência de refratariedade é de aproximadamente 17% e está associada a uma taxa de mortalidade reportada de até 42%.3,8

Para além dos riscos da doença na fase aguda, os doentes que apresentam um episódio de PTTa podem sofrer consequências a longo prazo, como défices cognitivos, depressão e hipertensão arterial,9 e apresentam risco de recorrência. A taxa de recorrência reportada varia entre 10 e 84%.10 As recorrências geralmente ocorrem dentro de um a dois anos11, mas foram reportados casos até 30 anos após o episódio inicial.10,12

A formação de coágulos sanguíneos nos pequenos vasos sanguíneos por todo o corpo ... resulta em disfunção orgânica, que geralmente envolvem o cérebro, coração e rins …

Referências

1

Terrell et al. J Thromb Haemost 2005;3:1432-1436;

2

Miller et al. Epidemiology 2004;15:208- 215;

3

Benhamou Y et al. J Thromb Haemost 2015;13(2):293-302;

4

Han B et al. Am J Hematol 2015;90(8):709-14;

5

Benhamou et al. Haematologica 2012;97:1181–1186;

6

Chaturvedi S, Bhatia N. Haematologica 2013;98(5):e58;

7

Goel R et al. Transfusion 2016;56(6):1451- 8;

8

Chemnitz JM et al. Ann Hematol 2010;89(10):1029-33;

9

Deford CC et al. Blood 2013;122(12):2023-9;

10

Thejeel B et al. Am J Hematol 2016;91(6):623-30;

11

Kremer Hovinga JA et al. Blood 115(8):1500-1511;

12

Falter T et al. Hamostaseologie 2013;33(2):113-120;