Doente que experênciou PTTa

Mina Rajan é canadiana, estudou nutrição e tecnologias de informação e experienciou em primeira mão uma doença autoimune do sangue, a purpura trombocitopénica trombótica adquirida (PTTa). Atualmente ajuda a sua família nos seus negócios e também dá apoio aos seus pais. Mina é apaixonada pela área da saúde, adora viajar e fazer caminhadas nas montanhas rochosas do Canadá. Em baixo poderá encontrar algumas respostas da Mina em relação à sua experiência com a PTTa. No entanto, cada doente com PTTa pode experienciar a doença de uma forma diferente.

1. Como foi diagnosticada?

Se não tivesse obtido uma segunda opinião, não estaria aqui hoje. Na altura, tinha 32 anos e dois filhos pequenos, de 6 e 4 anos. Tudo começou com uma gripe e senti dificuldades em subir as escadas da minha casa. Na altura o meu médico de família disse-me: "não se preocupe, os seus níveis de plaquetas irão normalizar em poucas semanas". Estava tranquila com esta reposta, mas o meu marido não. No dia seguinte, o médico de família dele reencaminhou-me para as urgências. Fui admitida imediatamente e tive muita sorte que o hematologista de serviço diagnosticou-me rapidamente uma PTTa. Naquele momento, as minhas plaquetas estavam abaixo de 10.000x109/L e tinha petéquias (pequenos pontos redondos na pele, resultado de hemorragias) por todo o corpo.

2. O que aconteceu depois do diagnóstico?

O médico não estava confiante sobre o tratamento. O meu marido e eu ficamos muito nervosos. Era o medo do desconhecido. Será que iria sobreviver a esta doença? Foi me inserido um cateter na veia jugular. Fui levada para a unidade de cuidados intensivos (UCI) para realizar uma plasmaférese e recebi corticóides. A situação foi bastante traumática, transformando completamente a nossa vida. Fiquei internada durante um mês e voltei a ser internada no mesmo ano por causa de uma recaída. Foi extremamente difícil estar longe dos meus filhos e da minha família. Demorou alguns anos para voltar a ter uma vida normal.

3. Como era a sua vida antes e depois do diagnóstico de PTTa?

Antes do diagnóstico e tratamento da PTTa, eu era uma pessoa saudável que trabalhava três vezes por semana e fazia uma dieta saudável. Depois, senti como se alguém me tivesse colocado numa máquina de lavar. Estava exausta, extremamente cansada, e minha memória e visão deterioraram. Eu desenvolvi retinopatia serosa central (uma doença associada à visão turva e distorcida) e o meu apetite aumentou. Ganhei 18kg e precisava de voltar ao meu peso saudável. O fato de ter ganho peso causou não apenas stress físico, mas também emocional, pois não estava confiante com minha aparência física.

4. Quais são as necessidades não satisfeitas que acredita existirem para os doentes com PTTa?

Eu acredito que é essencial existir um forte grupo de apoio em cada país. Como a PTTa é uma doença rara, criar um grupo de apoio pode ser um desafio. Eu sou encorajada pelo programa piloto de suporte virtual que um grupo de doentes criou para ajudar e apoiar a comunidade através de videoconferência. Além disso, gostaria de ver mais iniciativas sobre a PTTa (científicas e gerais) para dar à comunidade uma mensagem de esperança sobre os tratamentos e talvez um dia uma cura.

5. No dia 28 de fevereiro celebra-se o dia mundial das doenças raras - Existe algum conselho que queira dar aos doentes com PTTa?

Seja positivo e pense na taxa de sobrevivência! O tempo de recuperação é muito longo, mas existe vida depois da PTTa. Entre em contato com os grupos de apoio; Não está sozinho. Envolva-se numa Associação de Doentes e assim estará a ajudar outros doentes e a comunidade médica a diagnosticar as doenças raras mais cedo e até mesmo talvez um dia encontrar a cura. Todos os anos, participo no Walk to Answer TTP Together (Caminhada para juntos respondermos à PTTa) para aumentar a consciencialização sobre a doença e aumentar os fundos da minha comunidade local. Faz-me sentir bem fazer algo que ajudará a melhorar as hipóteses de todos os que são impactados pela PTTa.